terça-feira, outubro 31, 2006
dos três mal amados palavras de joaquim
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
segunda-feira, outubro 30, 2006
song to say goodbye
2: que bom, estou indo, cuide-se.
1: não entendi...
2: simples, eu não acredito mais em você.
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
HAPPY BIRTHDAY, SOULMATE!!!
Clara, é inútil dizer o quanto lhe admiro, por tudo que você é, por tudo que me ensinou – ou pelo que aprendemos –, e por tudo e ainda está por vir. Faço de você parte integrante da minha vida, tornando-a nossa. Mesmo longe você está sempre comigo, num gesto, numa frase, até mesmo numa simples cerveja no fim do dia. Happy hours com duas pessoas, cachaças na beira da praia em dia de semana, conversas sérias – ou nem tão sérias assim, porque afinal de contas, essa vida não pode ser encarada com seriedade perene, porque em seu egocentrismo exacerbado, ela não nos leva a sério.
Comparo nossas diferenças como a pluralidade sublime dos seres universo, nem tudo nos devidos lugares, mas sempre muito bela e perfeita na sua singularidade.
Isso tudo é pra dizer que eu te amo, hoje - sempre, e que estarei aqui mesmo que seja pra rirmos juntas numa tarde chata de domingo, ou numa manhã cinza de qualquer segunda feira. Peço para que não se afaste demais a ponto de não poder lhe ver, de alguma forma. Você é uma parte de mim que eu não sabia que existia e agora que sei, não quero abandonar de forma alguma. Acredito que além de uma amizade, o nosso caso é um encontro de almas. Um beijo do tamanho do universo, mi corazón.
quinta-feira, outubro 26, 2006
sound of silence
Odeio gritos, mesmo os mais sinceros, e não obstante, começo a odiar aquela mulher, sem ao menos ter dó pelo que ela poderia estar passando, vai ver é uma crise existencial e ela fez o que todos temos vontade, sair correndo pelas ruas, loucos, gritando toda nossa dor como se não existisse nada nem ninguém, principalmente quando o assunto é silenciá-la.
É madrugada, e os gritos ecoam ainda mais, não há tanto barulho de vida, aquela coisa chata do cotidiano, que faz-nos enxergar sem brilho e comer sem degustar. Enquanto isso ela grita, mas o que há com essa mulher?? Deixa eu parar até de pensar pra ver se identifico e assim, consigo ajudar ou dormir, acho que a falta de diretório está me angustiando...
silêncio total, até a respiração está superficial, nada pode atrapalhar afinal de contas. Os gritos se tornam mais e mais imersos em algo, soa familiar, reconheço o som mas não consigo identificar, espere... estão se tornando mais profundos e ensurdecedores, viriam eles de mim? Isso explicaria o fato de ninguém estar se manifestando, afinal, é madrugada...
- Os gritos são meus, céus, os gritos são meus!
Grito silenciosamente para que ninguém ouça, por tudo que eu sou, por tudo que diverge do que queria ser, por aquilo que digo e não entendem, pelo que sinto e que é só meu. Grito como uma forma de voltar a atenção para mim mesma, já que não espero que alguém pare para fazê-lo. Grito em silencio para não despertar ninguém, não há a quem possa clamar por ajuda, the lunatic is in my head.
quarta-feira, outubro 25, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
10:07
o que dizer, afinal?
o que se sente não se diz
e o que se diz provavelmente não se sente
ou sente,
e diz.
eu digo saudade,
digo, de alguém,
digo, bem perto,
quando na verdade,
está longe.
não devia dizer, porque afinal,
no final,
não sei se sinto,
nada.
e se sinto,
não digo,
tudo.
sexta-feira, outubro 20, 2006
algo a dizer
quinta-feira, outubro 19, 2006
they got nothing to prove, me neither
2: Cadê você?
1: Tô aqui.
2: Por que não responde?
1: Respondi, oras.
2: Não, digo antes.
1: Por que você só chamou agora.
2: Meu deus, preciso chamar?
1: Ah não... denovo não...
2: Como assim, te irrito?
1: Às vezes sim, profundamente.
2: Então vá embora.
1: Não quero, estou bem aqui.
2: Mas eu não estou bem com você aqui.
1: Ai ai, quer uma cerveja?
2: Quero.
2: Mas hein, por que você não respondeu de imediato? Não sou importante?
1: Tava vendo umas coisas e realmente não ouvi.
2: Sou invisível e inaudível agora, perfeito.
1: Outra cerveja?
2: Por favor... aproveite e me empreste o isqueiro também.
1: Isso me diverte.
2: Isso o que?
1: Isso.
1: Como tudo parece menor quando estamos relaxados, entendo o porque de um bom banho retirar 85% do peso de um problema.
2: Problema, tá com problema e não conta porque acha q eu não seria capaz de ajudar?
1: Mais uma cerveja?
2: Ta, mas me diz! Não sou capaz?
1: Você é super capaz. Mas não achei necessário. Realmente.
2: Então está certo, vamos embora.
1: Vamos, mas antes deixe-me pronunciar...
2: Realmente não acho necessário.
1: Por favor...
2: Diga lá.
1: Qual caminho eu pego pra chegarmos mais rápido?
...
Rumo à casa, o silêncio. Sabe, às vezes é a melhor solução. Cigarros. Ela se sentia pormenorizada e ele não entendia o por quê. As pessoas na verdade nunca entendem o porque de nada, supõem errado e perdem coisas. Ou acham. Eles acharam nessa “perdição” toda um ao outro, não conseguiam enxergar-se pela metade, nem
terça-feira, outubro 17, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
"às vezes sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa dos nossos sonhos e abraçá-la."
quarta-feira, outubro 11, 2006
“...Ele estava pouco ligando, e eu também, mas nenhum de nós ousaria dizê-lo. Em que pensaria ao certo, enquanto rodávamos sobre estradinhas cheirando à folhagem? No deserto de seu futuro? Eu não podia seguí-lo. Sentia-o solitário ao meu lado. E eu estava também."
segunda-feira, outubro 09, 2006
nowhere talking
1: você acredita em deus?
2: o que há, é um teste de paciência? cadê o holofote?
1: simples, diga sim ou não.
2: pra quê? pra justificar coisas colocando-nos como marionetes do destino, isentos de culpa?
1: puta que pariu...
2: quanta falta de classe e argumento, conversa de lugar nenhum.
2: por que você tá querendo saber, só porque acredita e quer um cúmplice para essa insensatez?
2: as coisas não são designadas por um simples sim ou não, palavras não são capazes de classificar tudo.
1: não é sandice.
2: é sim.
1: então tá, como queira, cansei de você.
2: já sabia. sabia até que este diálogo era pra chegarmos nesse ponto.
1: você enlouqueceu.
2: sim, desde o dia em que eu não escolhi me apaixonar por você.
1: houve esse dia?
2: sempre.
1: por que nunca me disse?
2: pelo mesmo motivo que não discuto sobre a existência ou não de um além-ser.
- silêncio-
Visivelmente alterada, ela levanta do sofá, apaga a luminária e segue em direção à cozinha para preparar ao menos o chá que lhe dará boa noite; enquanto isso ele foi pra varanda fumar um cigarro, acompanhado pelo bernardo, o gato dela - isso era muito claro, era dela, o gato. não queria dizer, mas além de questionar a existência de deus, ele gostava do misto quente que só ela sabia fazer. findou o cigarro e foi direto pro quarto, tirou os chinelos, deitou na cama e questionou o amor, acabou por encontrá-lo ali, bem ao seu lado, meticulosamente coberto. sentiu-se feliz, pelo menos até a próxima discussão. adormeceu.
sexta-feira, outubro 06, 2006
refazendo meu castelo - que era falso, por sinal - varrendo ventos e pensamentos, me perdendo, redecorando, reorganizando. porque no final das contas, a vida é isso mesmo, uma sucessão de monta e desmonta. linear e randômica. felicidade e tragédia. consciência da realidade. desta ou daquela? não importa. inconsciência. passos friamente arquitetados com ares de casualidade. consigo enxergar meu núcleo, aquilo que me restou de tantas faces induzidas. sou eu, afinal. só eu. o centro do meu mundo bem livre. respirar ou não respirar só pra sentir que não detenho o controle de tudo. nem de mim. nem de ninguém. dou valor à pequenas coisas, talvez sem importância. liberdade dos sentidos. isso tudo pode até ser uma viagem, mas é particular. só convém entender se estiver predisposto a participar. eu diria que tudo agora tem cheiro de canela, mas esse é só um lado das coisas. e é só o começo.
quinta-feira, outubro 05, 2006
CBO - classificação brasileira de ocupações
competências pessoais:
1. demonstrar capacidade de persuasão
2. demonstrar capacidade de expressão gestual
3. demonstrar capacidade de realizar fantasias eróticas
4. agir com honestidade
5. demonstrar paciência
6. planejar o futuro
7. prestar solidariedade aos companheiros
8. ouvir atentamente (saber ouvir)
9. demonstrar capacidade lúdica
10. respeitar o silêncio do cliente
11. demonstrar capacidade de comunicação em lingua estrangeira
12. demonstrar ética profissional
13. manter sigilo profissional
14. respeitar o código de não cortejar companheiros de colegas de trabalho
15. proporcionar prazer
16. cuidar da higiene pessoal
17. conquistar o cliente
18. demonstrar sensualidade
mas o que é isso, minha gente?!!!! parece paródia, mas foi extraído do sitio do ministério do trabalho. (espasmos de riso, neste momento). pra frente brasil.
have a nice day.