O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
2 comentários:
Clap, Clap, Clap: E viva João Cabral de Melo Neto!
Pena que o amor o consumiu...
Terá Binky o mesmo fim?
Ah, não
é que ela tá ouvindo Cordel!
=]
amorinha!
(L)
http://www.releituras.com/joaocabral_malamados.asp
de nada!
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