imagine assim: alguns, ilustrados como uma estação ferroviária, onde os trens são o tempo, e as pessoas, são as pessoas, aquelas tantas que passam pela gente todos os dias.
algumas passam pela estação diariamente, e criam uma espécie de vínculo afetivo só porque faz parte de um cotidiano, não existe brilho nessa relação porque o tempo desbota os prazeres do que já não é novidade. outras estão sempre correndo, apressadas para não perder o trem - que não espera-, nem o rumo, não levam, nem deixam nada na estação - que se torna transparente-, é só um ponto, nada mais. outras freqüentam a estação por um tempo pré-estipulado, observam, confessam que até ficariam ali, cujo brilho ainda é intenso, mas não, estão só de passagem - carregam consigo a lembraça da estação e seu esplendor (ainda que imaginário), sempre deixam algum vínculo, com um pretexto insconsciente de um dia retornar àquele cenário, que nunca seria igual. e a estação, afinal? apesar de ser a mesma, e de todos os dias parecerem infinitos segmentos, um difere do outro (assim falou heráclito), ao fim, abstrai o vazio que é nunca chegar nem partir, só estar. ponto de transição. talvez saiba que essa seja sua função, e pode até ser que no fundo busque isso mesmo, não foi construída para ser o sujeito, sempre a ilustração de algumas histórias. assim foi. amanheceu. quantas pessoas passarão, quantas farão diferença e quantos trens partirão até o pôr do sol?
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