quarta-feira, março 28, 2007

multicolorido, cérebro

o que é um conto, se não disser o que conto? ato consome o fato, que se atrapalha nas idéias e corre despudoradamente atrás de simetria. equilíbrio da beleza em sua plenitude, nostalgia utópica. do lado de cá, alice continua no seu país às mil maravilhas, talvez um pouco desbotadas, mas ainda assim, positivas. não quero lhe falar, mas só em pensar em não dizer já é querer, e querer é algo tão abrangente que acabo me trancando na última gaveta da vontade. engoli o arco-íris e não digeri o pote de ouro, tenho uma íris, em forma de arco, cor de ouro em pote.


segunda-feira, março 19, 2007

100sacional.

estou com angústia, não é de hoje, e já tinha comentado isso. num acesso de esquizofrenia eu vi você do meu lado, rindo do absurdo que se transformou minha vida, e do pouquíssimo que eu faço para mudá-la. você ria tão escandalosamente que eu não enxergava mais nem quem estava comigo, se é que tinha alguém em algum lugar que não fosse na minha própria cabeça. a culpa não é de brasília, não é do outro, esta guerra é minha, contra minha vida solidamente medíocre, que só ME diz respeito, e não permito ataques externos. Aponta pra fé e rema. e se já não sinto os teus sinais, deve ser da vida acostumar.

quarta-feira, março 07, 2007

um sopro de vida

Não quero me aprofundar. Pois vou voltar à tona e respirar pela boca. Olhar para cima, de dentro para fora, e encontrar-me outra vez. Não escrevo o que quero, escrevo o que sou agora. E cada palavra é uma idéia e talvez o que não sei dizer é mais importante do que eu digo. Não entendo, mas entender é sempre tão limitado. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata. Se tudo existe é porque sou. Pois não me preocupo mais em entender. Viver ultrapassa todo o entendimento.