quarta-feira, dezembro 12, 2007

shhh

- pra qual lado?
- o de lá, mas bem de lá mesmo...
- ah! e vai logo que eu tô com abuso.

quarta-feira, outubro 24, 2007

non si puó

o grande lance do uso de ilícitos é a busca por algo que saia do caos habitual, com leigas exceções, as coisas são feitas de modo meticuloso e articulado, sabe-se muito bem onde não se quer chegar, no lugar-comum, isso é a realidade e não é bem vinda. out. falta inspiração na mesma medida em que falta paz. o inferno é bem ali, com endereço em bairro nobre. desconsidere o que você é, o permitido é mecânico e a sinceridade é arma letal. esconda-se. quando os dias estão cada vez menores e a linha do tempo já não é a mesma do raciocínio, tudo está prestes a ruir. big apple. brainstorm. desconcertante é esta inquietude que não passa, agústia por excelência. ariano suassuna me entende. pegarei meu ticket além-universo, abraço apertado. vontade de ficar.

terça-feira, outubro 16, 2007

eternal sunshine

_ This is it, Joel... It's gonna be gone soon.
_ I know.
_ What do we do?
_ Enjoy it.

quarta-feira, outubro 10, 2007

my empire

ia sendo atropelada por um caminhão, vi a vida passar diante de mim. capricho do destino. estou correndo na frente do relógio e dando importância demais a situações que não fazem o menor sentido. é uma equação muito simples, viva e deixe morrer, se assim estiver escrito. cansada dessa mediocridade acentuada, província medonha. o arco-íris está cada vez mais longe, junto com ele a alegria e o pote de ouro. i feel lost in the city.

you and whose army? a melhor música de todos os tempos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

taking to myself

O mais importante é ser verdadeiro, a ponto de ser cruel. Pois a realidade é de uma maldade infantil. Mas é o que é. Assim, claro e evidente. Não há mistérios. Ou se gosta, ou se não gosta. Simples. Não gosto, não falo, não olho, não ouço, não cumprimento. Sou educado comigo mesmo. Pois me respeito antes de tudo. Amor próprio, auto-conhecimento. Cuidado.

>> Hermés Galvão, sempre com ótimas sacadas. Exatamente o que penso, a maneira que ajo e como me sinto.

segunda-feira, setembro 17, 2007

todas as cores

do meu relógio, no seu relógio, toda uma vida nos minutos que faltam. e assim segue, como um vento que balança a árvore, leve como um fim de tarde, todos os fins de tardes violetas e azuis. um passo na frente do outro, o outro na frente do outro, e vai, supondo o céu, como se não houvesse tempo nem espaço, e neste momento, não temos nada, exceto o neutro do que um dia fomos. ainda é possível ser feliz.

quarta-feira, setembro 12, 2007

conversa de botas batidas

1: phina, como se chama o nariz da vaca?
2: é focinho, né não?
1: mas focinho não é de cachorro?
2: não me faça perguntas difíceis. me pergunte sobre ética no
jornalismo que eu te respondo. eu não sou veterinária.





quinta-feira, setembro 06, 2007

dreams


It’s out there. If you want me I’ll be here.
I’ll be dreaming my dreams with you.
And there’s no other place that I’d lay down my face.






domingo, setembro 02, 2007

and so...

I've got to admit it's getting better
A little better all the time
I have to admit it's getting better
It's getting better since you've been mine
Getting so much better all the time
It's getting better all the time
Better, better, better
It's getting better all the time
Better, better, better

quinta-feira, agosto 30, 2007

i've been

angústia por excelência, inquietude. resquícios do que poderia ter sido, e foi. vivo e morro todos os dias, várias vezes, assim como o sol que nasce e morre, e a lua que, cumprindo sua sentença eterna, aparece, vê seu amor por alguns minutos e cobre tudo com seu manto negro. na verité eu nem queria fazer uma analogia ao sol, não tenho pretensão de ser o centro de nada além do meu mundo. questiono o por que do ser humano ser tão sazonal, com espasmos de humores antagônicos.
não sei lidar com gente intensa, berrante, nasci pro lado b da coisa, nascosto, o espetáculo está em ver as coisas, e dentro desse limite, se encontrar e absorver o que tiver de importante, o ator em si não é nada além do que uma personificação de algo escrito por alguém como eu, um angustiado nato. acredito ainda que, dentro desses complexos, a extravagância é um real bem plastificado, com capas de bolinhas em tons cítricos. minha cor preferida é azul.

"for once in my life let me get what i want, lord knows it would be the first time"
(the smiths)

quinta-feira, agosto 23, 2007

l...o...v...e

existe algo que expressa o vazio dos relacionamentos, causa própria ou não, em algum momento tudo fica igual mesmo sendo diferente. seus defeitos são os defeitos dele que outrora foram os meus. parece que só eu padeço no demodé cáustico do cotidiano tropical.



Não é que eu não goste, nem que não lhe ame, nem que eu não pense que você é uma das pessoas mais perfeitas e bonitas no seu mundo. No seu mundo de dois, que só tem espaço pra você.



TO ME, COMING FROM YOU, FRIEND IS A FOUR LETTER WORD.

domingo, agosto 19, 2007

th-thinking about

balanço da semana: consciência daquilo que se é e daquilo que não se pode ter, seguir adiante desprezando os atritos em prol de tranquilidade, serenidade e paz.

fico feliz assim, dentro do meu conceito de desapego meticulosamente calculado.

keep walking, like always

quinta-feira, agosto 16, 2007

guess what

"E se você dormisse? E se você sonhasse? E se, em seu sonho, você fosse ao Paraíso e lá colhesse uma flor bela e estranha? E se, ao despertar, você tivesse a flor em mãos? Ah, e então?"

terça-feira, agosto 14, 2007

live with me

Nothing's right if you ain't here
I'd give all that I have just to, keep you near
I wrote you a letter and tried to make it clear
That you just don't believe that, I'm sincere.
I've been thinking about you baby...

sexta-feira, agosto 10, 2007

you r here

show me show me show me, 'cause i think i'm going blind. there's no way out.

and then dance if you wanna dance, take a chance.

quinta-feira, agosto 09, 2007

norwegian wood

i once had a boy, or should i say, he once had me? it's time for bed.

sábado, agosto 04, 2007

a cold grey summer day

time to change, to change the meaning of being here, walk along every day and breathing the same pale blue air. i'm going, babes. it's just a matter of time. wake up to life, even late than too late.

... i just know what to say, to make a sunny day. and when i'm all alone, i feel i don't wanna hide.

quinta-feira, agosto 02, 2007

brush

vincent gallo and someone that i hardly know



Take the time to make some senseOf what you want to sayAnd cast your words away upon the wavesSail them home with acquiesceOn a ship of hope todayAnd as they land upon the shoreTell them not to fear no moreSay it loud and sing it proudToday..And then dance if you want to dancePlease brother take a chanceYou know they're gonna goWhich way they wanna goAll we know is that we don't knowHow it's gonna bePlease brother let it beLife on the other hand won't let us understandWe're all part of the masterplan

carta para alguém (ns) bem perto

Existem dois grupos de pessoas: aquelas que sabem amar e as que nunca amaram. Dentro da vertente do saber, vem uma avalanche de situações onde você se consolida de que o melhor seria nunca ter entrado em contato, nem ao menos um pouco.
Isso porque tem aquele ‘amor’ satírico e circunstancial que nos envolve em laços de sociabilidade, cujo formato não é suportado por crises existenciais, problemas financeiros, insegurança e transtornos bipolares. Mal ou muito me engano, ou esse é o modo mais corrosivo da coisa, porque descaracteriza a essência, confunde, maltrata e ainda por cima é viciante.
Se a vida é curta, e o amor é frívolo, viver intensamente torna-se uma utopia ululante, até pela própria etimologia da palavra. Eu vivo intensamente, em meio ao caos, plenitude, sublimação, momentos mesquinhos, transcendo do cotidiano daqui e dali. Problemas estão aí pra dar cor a esfera, o ciúme está envolvido, insegurança é fundamental para não cair sem ter chão, paro, penso, e é o que mais faço, quando quero chegar a conclusão que deveria nunca ter amado.

segunda-feira, julho 30, 2007

right on time


Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que me esqueceu - aquele abraço!

sábado, julho 28, 2007

knock yourself out

It’s something unattainableThat you can’t live withoutAnd now the unexplainableHas you riddled with doubtThings begin Things decay And you’ve gotta find a wayTo be okBut it you want to spend the dayWond’ring what it’s all aboutGo and knock yourself outWhy were put in this messIs anybody’s guessIt might be a test or it might not be anythingYou need to worry aboutBut if you’re still in doubtGo and knock yourself out

.permita-me.

You talk to me as if from a distance
And I reply with impressions chosen
From another time time time
From another time

terça-feira, julho 24, 2007

what's all about

então, tudo é o mesmo, mesmo sendo diferente. orgânico. matéria da matéria da matéria que faz tanto a mim quanto a você e 5% da poeira cósmica.
tudo está interligado, em meio a desconstrução contínua do caos imediato.

segunda-feira, julho 23, 2007

in bianco e nero

A vida é assim mesmo, quando a gente acha que detém as rédeas, leva um esculacho de quem menos espera pra poder acordar e ver que a estrada tem falhas, das grandes.
Não quero nem entrar em detalhes do que é ter livre arbítrio e dentro dele preservar o inferno dos outros ou menos. Cada um no seu, mas esse lance de tudo em seu devido lugar é balela.
Estou no limbo, caminhando no temido fio de arame farpado, do lado de cá, minhas esperanças, do lado de lá, minhas certezas. Certeza é? O diabo riu e eu ouvi, bandido.
Mudaremos a pauta, a cor, a vida, as mortes. E tem que surtir efeito. Quem quiser ficar, será muito bem vindo, aqueles que porventura não estiverem afim, respeito a decisão, mas não creio que algum dia, de fato, estiveram comigo.
É a roda girando, bem devagar, porque tenho náusea.

quarta-feira, junho 20, 2007

me in a cage, with a bottle of rage.

raiva, assim como o sofrimento, é meramente opcional. te odeio por 5 segundos, e não te amo mais. por 5 segundos. as coisas tem que ser livres e descompromissadas, nada dentro de um cercado pode crescer, nada pré estipulado pode alcançar plenitude. não gosto de planejar, e ainda assim, levo rasteira do pouco que chego a presumir da vida. sinto saudade do tempo em que eu vivia assim, sem saber, sem estar, hoje tudo é tão real que até o vento dói, e a lua não tem mais cor de mel. preciso de transtorno pra produzir, perdi minha paz e meu medo da morte.

'sou um gênio, uma glória nacional, não encham meu saco!'

Glauber Rocha

quinta-feira, junho 07, 2007

fragmento de sete faces

"(...)
eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque

deixam a gente comovido como o diabo."

sábado, junho 02, 2007

maybe not

... !

i think i'll love you today
i guess that's what you get
and i don't know where we are all going to
life don't get stranger than this
but it is what it is
and i don't know where we are all going to

sábado, maio 26, 2007

acid house

A pior viagem do resto da minha vida, é assim que me sinto, todos os barulhos são ensurdecedores e não há ninguém NINGUÉM a quem possa recorrer. Meu coração dói, assim como meu pulmão e minhas veias, sinto sangue gelado pelas minhas veias, tive sonhos em tons de vinho e até agora não sei se foi verdade. Estou com medo, admito minha condição e não, não sou capaz, at all, pra nunca mais. Sou um lixo dentro da vasilha, ou aquele vômito na privada. As cores, todas as cores pulsam, como se tivessem vida, engraçado, eu sempre quis ver isso, mas não dessa forma, não desse jeito. Tão só. Não! Nem você nem ninguém vai aparecer aqui, faz muito frio e eu não sei o que penso, se penso. E não há nada, nem esse quarto, nem essa tela, nem essa vida. Preciso de alguém que me acorde agora, e não há. Tenho medo de dormir pra sempre.

quinta-feira, maio 24, 2007

freelove

acredito que arte só pode fluir diante de um transtorno, tem que incomodar. chego a um ponto: quando as árvores ficam azuis e o pensamento não segue a linha da tragédia clássica aristotélica, não há criação. it's time for me to move ahead.

"Hey girl

You've got to take this moment

Then let it slip away

Let go of complicated feelings

Then there's no price to pay"


segunda-feira, maio 21, 2007

daysleeper

constatação: vida on a plain é finita, uma hora a roda gira e você se dá conta que, além do inferno estar nos outros, a imersão nesse inferno não está dentro de um leque de escolhas. já estive aqui antes, as coisas mudaram um pouco de lugar, ah, eu mudei um pouco de lugar também. o quadro que pintei tem nome, sobrenome, medo, desejo e é muito abstrato. me sinto num liquidificador, onde trituraram minhas certezas, minha alma, minha vontade de paz, olho pra trás e me vejo sem querer entrar, mas é tarde demais, tenho medo de escoar pelo ralo mais uma vez. teatro de arena, cíclico como as estações do ano, prefiro o inverno.

quinta-feira, maio 10, 2007

Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
e nada mais

quarta-feira, maio 02, 2007

a última noite

arrumou-se daquela vez como se fosse a última, beijou sua mãe como se fosse lógico, desceu as escadas como se não houvesse amanhã, algo dizia que seria a última vez que os via, pensou em tudo que fez, e, em grande parte, no que não teve tempo de executar. não teve medo do que poderia vir, estava consciente, tudo tem começo, meio e fim. o gosto das coisas modificou e a visão estava meticulosamente espetacular. seria a última noite, a última festa, o último momento entre amigos. curtiu até amanhecer, carregando a certeza que dali não passaria. se a vida não era colorida em sua plenitude, queria conseguir enxergar as nuances daquela noite, de cada poste, de cada pessoa, cores exatas de cada momento. o manto do dia foi estendido, estava em casa, por alguma razão estranha o contrato fora alterado, ainda havia muito pra ver (viver). deitou em sua cama como se fosse a única, dormiu na contramão atrapalhando o sábado. relato da noite em que a morte decidiu não aparecer, mesmo com aviso prévio.

segunda-feira, abril 23, 2007

o dia

não quero falar de mim, então não me diga de você, nem de ninguém. não querer saber, dentro do contexto da não-vontade potência, é estar satisfeita com a minha escolha, dentro do quadro que me foi permitido morar. se já não vejo graça é porque o cotidiano fez desbotar o que já não havia muita cor, guardo algumas imagens na memória, e elas rodam como num filme - são um filme-, nem sempre happy, e ainda sem end.
o dia em que vi a terra azul.

me veio um trecho de uma música na cabeça: "no dia em que fui mais feliz, eu vi um avião, se espelhar no seu olhar, até sumir". em tese, faz todo sentido, a paz que eu procuro está na reconstrução da calma, a minha.
do dia em que fui mais feliz.

quarta-feira, abril 11, 2007

joão e maria

...Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

terça-feira, abril 10, 2007

assim é





one of my top 105569874. oh gosh, how i hate any kind of top fuckin' lists. God only knows! happy violentines day.

quarta-feira, março 28, 2007

multicolorido, cérebro

o que é um conto, se não disser o que conto? ato consome o fato, que se atrapalha nas idéias e corre despudoradamente atrás de simetria. equilíbrio da beleza em sua plenitude, nostalgia utópica. do lado de cá, alice continua no seu país às mil maravilhas, talvez um pouco desbotadas, mas ainda assim, positivas. não quero lhe falar, mas só em pensar em não dizer já é querer, e querer é algo tão abrangente que acabo me trancando na última gaveta da vontade. engoli o arco-íris e não digeri o pote de ouro, tenho uma íris, em forma de arco, cor de ouro em pote.


segunda-feira, março 19, 2007

100sacional.

estou com angústia, não é de hoje, e já tinha comentado isso. num acesso de esquizofrenia eu vi você do meu lado, rindo do absurdo que se transformou minha vida, e do pouquíssimo que eu faço para mudá-la. você ria tão escandalosamente que eu não enxergava mais nem quem estava comigo, se é que tinha alguém em algum lugar que não fosse na minha própria cabeça. a culpa não é de brasília, não é do outro, esta guerra é minha, contra minha vida solidamente medíocre, que só ME diz respeito, e não permito ataques externos. Aponta pra fé e rema. e se já não sinto os teus sinais, deve ser da vida acostumar.

quarta-feira, março 07, 2007

um sopro de vida

Não quero me aprofundar. Pois vou voltar à tona e respirar pela boca. Olhar para cima, de dentro para fora, e encontrar-me outra vez. Não escrevo o que quero, escrevo o que sou agora. E cada palavra é uma idéia e talvez o que não sei dizer é mais importante do que eu digo. Não entendo, mas entender é sempre tão limitado. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata. Se tudo existe é porque sou. Pois não me preocupo mais em entender. Viver ultrapassa todo o entendimento.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

greatest feeling.

15:15. Acabei de ouvir um ‘até já’, do rapaz dos correios, engraçado que parei pra pensar no que significa esta sentença, quando nem eu mesma sei se estarei aqui até as 18:00, quiçá um outro dia. E assim venho vivendo, numa seqüência de ‘nunca se sabe’, como se me despedisse todos os dias, tendo que me desculpar por algo que não fiz e dizendo que amo loucamente com medo de não haver uma outra oportunidade. Não gosto de deixar as coisas mal explicadas, não gosto de meio termo, não gosto de quase ignorância. Não gosto de pensar que não me empenhei em algo, que não cheguei nem perto da perfeição, que minha estadia aqui foi em tom pastel. Mas isso é só o que eu penso, no sentido mais introspectivo da palavra. Por tudo que sou, ou que fui, ainda que não tenha me orgulhado, ainda assim, agradeço, a tudo que passou por mim, e a tudo que fez ou faz questão de permanecer ao meu lado. Sei que estou sendo nefasta, mas é que de repente me bateu um medo da morte.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

choices

o inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. existem duas maneiras de não sofrer. a primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. a segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.

ítalo calvino.

domingo, fevereiro 04, 2007

circus tricks

o que está acontecendo? preciso ir embora, preciso arrumar minhas coisas e ir embora, de preferência pra um lugar onde possa recomeçar tudo com todos, onde o novo imperará maravilhosamente bem e até a alvorada será inesquecível.
tire-me daqui, apelo pra mim mesma, como faço quando falo de uma flavia em terceira pessoa. nem todo amor do mundo seria capaz de mudar-me, aliás, não sei pra que serviria o maior amor do mundo.
saiam todos e me deixem só, naquele grande sossego de mim mesma, não existe alguém pra me libertar, não suponho nada, não guardo nem levo, não faço questão. questão de esperar um dia após o outro como se o tempo fosse pleno responsável pela mudança do todo, quando nós - human beings - não somos tão flexíveis assim, e condecorados com uma crueldade inevitavelmente assustadora.
apago a luz e transcendo daqui, como se não houvesse nada além, nada além de meus três companheiros: alterego, superego e id. ainda assim, não está bom.

terça-feira, janeiro 30, 2007

lisboa à noite

Eu fumo, tu fumas, nós fumamos - juntos. Ele arruma o cabelo. Ela chega atrasada. O outro ainda dorme. Ela pinta as unhas de vermelho, enquanto ouve o jornal. Ele lê pablo neruda. Ele também pinta as unhas. Ela condena o inferno. Ele joga futebol. Os vizinhos reclamam do barulho. Ela odeia o silêncio. Ele adora luta livre. Ela não sabe cozinhar, mas também adora luta livre. Ela adora montanhas. Ele não vive sem mar. Ele ouve musica clássica. Ela insiste em thom yorke. Ela é jornalista. Ele odeia a mídia em si. Ela gosta de filme de arte. Ele gosta de todos os filmes, mas não tem tempo de ver nenhum. Ela vive o ócio. Ele não o suporta. Eles brigam. Os outros ouvem. Alguns bebem. Outros ainda dormem.


segunda-feira, janeiro 29, 2007

romantic lessons (parte 1)

Às vezes ele vem, com aquele ar peculiar que não poderia auferir a ninguém, ninguém mais. Queria que ficasse, mas quem ousaria dizê-lo? Isso não acontece, apesar de tudo na vida ser da forma mais inesperada possível.
Alguém chega aqui no alto da minha montanha, desta vez localizada no primeiro andar, como se fosse fácil, como se não precisasse se apresentar antes, como se todas as coisas fossem meramente dispensáveis. Acabo gostando, porque foge do meu controle e, dentro do meu país, nada tem esse aspecto.
Só você, só você, só você.
Assim pálido, assim cálido, assim distante, bem assim, daquele jeito que destesto, e, mesmo assim, quero tanto. assim é.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

summertime

de dentro do meu inferno tropical escrevo, transcendendo sempre para além das montanhas nevadas... muito além, onde o frio congela até o pensamento e a alma descansa em stand by mode. stand by é uma coisa interessante, não estou lá nem aqui, mas permaneço em alerta. pelo menos não me condeno mais por sentir saudade, desculpe pedro juan, não acho que tenha feito algo de muito ruim para merecer tal sentimento. a terra está fazendo sua função e troca diariamente as coisas de lugar, para meu benessere. a vida em branco e preto pode ser muito mais divertida do que aquela utopia do tom cítrico. it’s summertime, and livin’ is easy...



*benessere: bem estar.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

original message

eu sou só um você
que você não quis
e querer é coisa tão pequena
que só não sou você por um triz


marcelo camelo


quarta-feira, janeiro 17, 2007

utilidade pública

bom, não sei se alguém lê esse blog, também não me interessa muito. Vamos lá, vou dizer DO QUE É FEITA A SALSICHA de frango, e depois, ah... e depois... façam o que quiserem com esta informação.

1) põe-se as galinhas no caminhão rumo ao abate;
2) chegando lá elas são penduradas ainda vivas pelos pés;
3) levam uma ducha gelada para ficarem inertes;
4) têm seus pescoços cortados, cujo sangue escorre para uma espécie de caldeira;
5) vão pra sessão de 'empacotamento', o resultado disso é aquele produto bonito que encontramos nos supermercados, longe de nos causar alusão ao animal vivo;
6) o que sobra da etapa 5 - leia-se, vísceras, cabeça, pés e PENAS -, vai para triturador, onde é adicionado o SANGUE coletado na etapa 4;
7) conservantes, temperos, corantes, antioxidantes depois... e você tem a sua salsicha de frango, bem tradicional e com aquele sabor irresistível.

que tal um cachorro quente agora? até abriu meu apetite.
fonte: um ex-funcionário da sofrango.
1: o que temos aqui?
2: uma esfera.
1: com o que dentro?
2: vírus, bactérias, alguns animais, desordem, preconceito e humanos...
1: jogue-a fora, então!
2: não posso.
1: porquê?
2: estamos inseridos nela, só que transcendemos a matéria por instantes, já já voltamos ao caos.
1: jogue-a, jogue-a! não há mais nada a perder, não há porque voltar.
2: tem razão, não há.

BIG BANG.

domingo, janeiro 14, 2007

re(edição)

schegliere tutto,
cambia le parole,
come vuoi tu.
nessuno in piu,
come mai,
come te,
nessuno mai.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

tudo pode ser, nada vai acontecer

Será que o fato de não acreditar, já é acreditar em algo que não se quer acreditar? Assim como afirmar que não existe uma verdade absoluta, quando o fato de afirmar já é uma vertente da verdade? Incerteza. Não acredito em bruxas, nem em benevolência gratuita, não acredito no amor também – ainda mais se vier combinado com palavras que me remetem ao infinito tipo incondicional ou eterno -, não acredito na lógica, não acredito na mágoa, nem na beleza forçada que aspira o sublime, não acredito na arte descompromissada, não acredito em filmes, nem nos livros eu acredito, também não acredito na sociedade eternamente passiva em seu sistema furtivo, não acredito na fauna e seu instinto ‘nascosto’, não acredito na plenitude da alma, nem na existência de além-seres – somos tudo em que podemos acreditar dentro do nosso próprio universo, randômico, linear, segmentado, que seja -, não acredito em milagre, nem no milagre da vida, nem na grandiosidade do caos, não acredito no futuro e questiono o passado, não acredito em nada não, e ainda duvido da fé.

*nascosto: algo que está escondido dentro do ser, uma vontade latente do inconsciente que por algum motivo é podada quando chega às margens da consciência, podendo ser liberada instintivamente ou por um lapso, ou por uma atitude irracional em momento crítico.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

a melhor foto de todos os tempos

um amor sem uma cabana, sob o céu do quase-líbano, animalia. tropicália. e as palavras tornam-se desnecessárias, pior para os fatos.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

no drama, but


i don't love you anymore, goodbye. i guess i've heard this logical song before. before my feet hit the ground. before my world turn into dreams. before i became who am i now. atoms for peace. lots of them. spinning around. keep the memories in a box while it lasts. be fast. don't mess.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

1th

e eu sou um tabaco de baunilha prensado no mel. when the truth is: i miss you so, i'm tired. viagem etílica no mundo do sobrenatural, ou seja, no mundo real. e tudo parece leve, como esse vento gelado que entra pela janela, running in circles. a chuva impossibilita a interação, coisa que não haveria de qualquer maneira. primeiro dia do ano com ar retrô, acho que condiz, alusão à tempos áureos ou não tão áureos assim, oh, let's go back to the start. i almost forgot, ano novo. teoricamente, metas novas. eu opto pela objetividade das anteriores. volta pra gente conversar? ainda não acabei. mais uma vez, daqui, do meu salto do quarto andar do quarto, me despeço, já já amanhece e os sons do cotidiano me trarão à medocridade tão temida por sartre. vamos celebrar, negligenciando tudo e ansiando para que permaneça assim. sogni d'oro piccolina.