terça-feira, janeiro 30, 2007

lisboa à noite

Eu fumo, tu fumas, nós fumamos - juntos. Ele arruma o cabelo. Ela chega atrasada. O outro ainda dorme. Ela pinta as unhas de vermelho, enquanto ouve o jornal. Ele lê pablo neruda. Ele também pinta as unhas. Ela condena o inferno. Ele joga futebol. Os vizinhos reclamam do barulho. Ela odeia o silêncio. Ele adora luta livre. Ela não sabe cozinhar, mas também adora luta livre. Ela adora montanhas. Ele não vive sem mar. Ele ouve musica clássica. Ela insiste em thom yorke. Ela é jornalista. Ele odeia a mídia em si. Ela gosta de filme de arte. Ele gosta de todos os filmes, mas não tem tempo de ver nenhum. Ela vive o ócio. Ele não o suporta. Eles brigam. Os outros ouvem. Alguns bebem. Outros ainda dormem.


segunda-feira, janeiro 29, 2007

romantic lessons (parte 1)

Às vezes ele vem, com aquele ar peculiar que não poderia auferir a ninguém, ninguém mais. Queria que ficasse, mas quem ousaria dizê-lo? Isso não acontece, apesar de tudo na vida ser da forma mais inesperada possível.
Alguém chega aqui no alto da minha montanha, desta vez localizada no primeiro andar, como se fosse fácil, como se não precisasse se apresentar antes, como se todas as coisas fossem meramente dispensáveis. Acabo gostando, porque foge do meu controle e, dentro do meu país, nada tem esse aspecto.
Só você, só você, só você.
Assim pálido, assim cálido, assim distante, bem assim, daquele jeito que destesto, e, mesmo assim, quero tanto. assim é.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

summertime

de dentro do meu inferno tropical escrevo, transcendendo sempre para além das montanhas nevadas... muito além, onde o frio congela até o pensamento e a alma descansa em stand by mode. stand by é uma coisa interessante, não estou lá nem aqui, mas permaneço em alerta. pelo menos não me condeno mais por sentir saudade, desculpe pedro juan, não acho que tenha feito algo de muito ruim para merecer tal sentimento. a terra está fazendo sua função e troca diariamente as coisas de lugar, para meu benessere. a vida em branco e preto pode ser muito mais divertida do que aquela utopia do tom cítrico. it’s summertime, and livin’ is easy...



*benessere: bem estar.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

original message

eu sou só um você
que você não quis
e querer é coisa tão pequena
que só não sou você por um triz


marcelo camelo


quarta-feira, janeiro 17, 2007

utilidade pública

bom, não sei se alguém lê esse blog, também não me interessa muito. Vamos lá, vou dizer DO QUE É FEITA A SALSICHA de frango, e depois, ah... e depois... façam o que quiserem com esta informação.

1) põe-se as galinhas no caminhão rumo ao abate;
2) chegando lá elas são penduradas ainda vivas pelos pés;
3) levam uma ducha gelada para ficarem inertes;
4) têm seus pescoços cortados, cujo sangue escorre para uma espécie de caldeira;
5) vão pra sessão de 'empacotamento', o resultado disso é aquele produto bonito que encontramos nos supermercados, longe de nos causar alusão ao animal vivo;
6) o que sobra da etapa 5 - leia-se, vísceras, cabeça, pés e PENAS -, vai para triturador, onde é adicionado o SANGUE coletado na etapa 4;
7) conservantes, temperos, corantes, antioxidantes depois... e você tem a sua salsicha de frango, bem tradicional e com aquele sabor irresistível.

que tal um cachorro quente agora? até abriu meu apetite.
fonte: um ex-funcionário da sofrango.
1: o que temos aqui?
2: uma esfera.
1: com o que dentro?
2: vírus, bactérias, alguns animais, desordem, preconceito e humanos...
1: jogue-a fora, então!
2: não posso.
1: porquê?
2: estamos inseridos nela, só que transcendemos a matéria por instantes, já já voltamos ao caos.
1: jogue-a, jogue-a! não há mais nada a perder, não há porque voltar.
2: tem razão, não há.

BIG BANG.

domingo, janeiro 14, 2007

re(edição)

schegliere tutto,
cambia le parole,
come vuoi tu.
nessuno in piu,
come mai,
come te,
nessuno mai.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

tudo pode ser, nada vai acontecer

Será que o fato de não acreditar, já é acreditar em algo que não se quer acreditar? Assim como afirmar que não existe uma verdade absoluta, quando o fato de afirmar já é uma vertente da verdade? Incerteza. Não acredito em bruxas, nem em benevolência gratuita, não acredito no amor também – ainda mais se vier combinado com palavras que me remetem ao infinito tipo incondicional ou eterno -, não acredito na lógica, não acredito na mágoa, nem na beleza forçada que aspira o sublime, não acredito na arte descompromissada, não acredito em filmes, nem nos livros eu acredito, também não acredito na sociedade eternamente passiva em seu sistema furtivo, não acredito na fauna e seu instinto ‘nascosto’, não acredito na plenitude da alma, nem na existência de além-seres – somos tudo em que podemos acreditar dentro do nosso próprio universo, randômico, linear, segmentado, que seja -, não acredito em milagre, nem no milagre da vida, nem na grandiosidade do caos, não acredito no futuro e questiono o passado, não acredito em nada não, e ainda duvido da fé.

*nascosto: algo que está escondido dentro do ser, uma vontade latente do inconsciente que por algum motivo é podada quando chega às margens da consciência, podendo ser liberada instintivamente ou por um lapso, ou por uma atitude irracional em momento crítico.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

a melhor foto de todos os tempos

um amor sem uma cabana, sob o céu do quase-líbano, animalia. tropicália. e as palavras tornam-se desnecessárias, pior para os fatos.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

no drama, but


i don't love you anymore, goodbye. i guess i've heard this logical song before. before my feet hit the ground. before my world turn into dreams. before i became who am i now. atoms for peace. lots of them. spinning around. keep the memories in a box while it lasts. be fast. don't mess.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

1th

e eu sou um tabaco de baunilha prensado no mel. when the truth is: i miss you so, i'm tired. viagem etílica no mundo do sobrenatural, ou seja, no mundo real. e tudo parece leve, como esse vento gelado que entra pela janela, running in circles. a chuva impossibilita a interação, coisa que não haveria de qualquer maneira. primeiro dia do ano com ar retrô, acho que condiz, alusão à tempos áureos ou não tão áureos assim, oh, let's go back to the start. i almost forgot, ano novo. teoricamente, metas novas. eu opto pela objetividade das anteriores. volta pra gente conversar? ainda não acabei. mais uma vez, daqui, do meu salto do quarto andar do quarto, me despeço, já já amanhece e os sons do cotidiano me trarão à medocridade tão temida por sartre. vamos celebrar, negligenciando tudo e ansiando para que permaneça assim. sogni d'oro piccolina.