sábado, setembro 30, 2006

dança da imaginação, cores vibrantes, vertentes luminosas. o pensamento não pára, uma coisa liga à outra e não saio do lugar, mas ao mesmo tempo não estou no mesmo ponto de antes. time to change the subject.


sexta-feira, setembro 29, 2006

Quem somos e onde estamos? Simples, não somos e NÃO estamos. Talvez nunca estivemos. Juntos. Nada faz muito sentido, não há no que não existe. Perdeu-se. Se perde o que nunca teve? Porque haveria de ser diferente... sem planos envolve-se, sem planos casa-se, sem planos vive-se. Intensamente. Estagnação é o fim da linha, aquela que adormece os sentidos, torna-nos insensíveis e meramente racionais, humanos. Adeus subjetivismo. Cadê as cores e as poesias? O fato de não esperar nada é esperar tudo ao mesmo tempo, palavras fazem o contexto perder o sentido, porque nada pode ser tão linear, exato. Talvez consiga explicar, mas de uma forma que só eu iria entender. Viver de começos. Sempre tão cheios de energia. Não há esperança proveniente do que se conhece de cor. Não há surpresas no óbvio, o fato de não fazer questão incomoda. Está tudo muito certo. Jogo agora tudo no liquidificador e pronto, misturado. Quem sou eu, quem é você, não se sabe, somos nada, só que agora produto da mesma matéria. Prontos para escoar pelo ralo.

quinta-feira, setembro 28, 2006

náusea

penso: o que seria de mim sem a enxaqueca, as náuseas e as freqüentes dores de estômago? talvez uma paródia do que eu chamo de fake plastic happiness. tenho um desejo quase lascivo de conhecer pedro juan, o gutierrez. ainda bem que é só desejo e não tem pretensão de se realizar. ou é, da forma que tem que ser, com tudo que tem direito, ou não é. caso contrário, remete-se a uma ironia estéril do que poderia ser, nada. ironia - palavra de ordem para o contexto ao qual me refiro. não é. e a pergunta que não quer calar, não meu caro, vai além do jornalismo ser uma profissão ou ocupação... por que, cargas d'agua, todo HQ erótico-grotesco tem que ter um ser lambendo o olho de outro - quando não o arranca pra posteriormente lamber - e de onde tiraram que isso causa um prazer inenarrável? por quê? por quêêêêêê? e nem vem com esse subsídio safado de que o nome já diz a que veio. comigo o batuque é outro.

quarta-feira, setembro 27, 2006

à flor da pele

amanhece. uma paixão louca e repentina me assola. quero tudo. estou em paz, tenho quase o que sempre procuro. misto de amor e luxúria não cabível em palavras. piegas. saudade boa e que me extrai um sorriso do rosto. um dia diferente. sei o porquê. sonho em perder essas amarras morais e libertar-me para fazer o que quiser neste momento, hoje. o dia inteiro não bastaria. não cansaria. prazer pelas coisas mais simples e óbvias, uma imensidão nada etérea que toma conta de mim. de súbito. não há um motivo principal, só sei que desta vez não pretendo ser o cenário. estou romântica, e não é que me agrada? presumo que meu humor é inversamente proporcional ao inferno tropical. hoje faz frio. posso dizer que estou feliz -estado de espírito mutante, indefinido -, que só o inexplicável pode me proporcionar. bons fluidos poderiam passar por osmose. assim é.

dolls - amores extremos.

terça-feira, setembro 26, 2006

mania de querer achar essência em tudo, porque não se pode simplesmente ser anucleado? nem tudo tem que ser acompanhado pela razão, já que não há iguais e sim semelhantes. parar de ver lógica onde nem sempre existe. não existe. mas o que existe? você? eu? ninguem. assim é. viver um sonho pensando que é real, dando todos os passos errados possíveis, quando na verdade era real e foi encarado como um sonho. devaneio. linearidade de um pensamento hermético. eu entendo. mas o que há para entender afinal? eu entendi o lance da maçã na boca, como um porco na mesa. fetiche é uma coisa tão estranha né? li outro dia um quadrinho pornô-grotesco japonês, tem gente que gosta, eu gosto. de ler, que fique bem claro. pensar naquilo é oriundo de qual tipo de mente? porque? ahhhhhhhh. nada faz sentido aos olhos de quem não discerne as nuances. cadê o senhor coelho que não volta com as horas? começo a me achar. mas cadê a princesa e as cartas dançantes? escondam-se. acenderam a luz. ou somos nós que a acendemos quando o retorno à realidade é iminente? sempre acontece quando nos habituamos com o sonho e por pior que seja, ainda conseguimos gostar dele. assim falou chihiro. e eu acredito nela. não preciso fazer-me entender. coerência não vem fazendo parte da busca pela essência. apago a luz.

segunda-feira, setembro 25, 2006

cold cold water


>>os dias frios - nublados e chuvosos - são os meus preferidos, com sabor de torta de chocolate, suspiro e leite condensado. deixo transparecer minha sensibilidade, às vezes. como qualquer ser que respira e ama. vontade de estar no common ground, agora. consigo sentir o cheiro do chá de maçã, acompanhado daquela sensação de estar dentro de uma árvore, o local exalava um romantismo inexplicável, fiz meu último jantar lá, antes de ir pra nunca mais voltar.

if you got dreams in your heart
why don't you share them with me?
and if dreams don't come true
i'll make sure that you're nightmares
are through

if you got pain in your heart
why don't you share it with me?
and we'll just wait and see
if it's happened what it used to be

and lay it down slow
lay it down free
lay it down easy
but lay it on me

if you've got love in your heart
why don't you keep it with mine?
i can't promise a miracle
but i'll always be trying

(lay it down slow)

sexta-feira, setembro 22, 2006

a estação

imagine assim: alguns, ilustrados como uma estação ferroviária, onde os trens são o tempo, e as pessoas, são as pessoas, aquelas tantas que passam pela gente todos os dias.
algumas passam pela estação diariamente, e criam uma espécie de vínculo afetivo só porque faz parte de um cotidiano, não existe brilho nessa relação porque o tempo desbota os prazeres do que já não é novidade. outras estão sempre correndo, apressadas para não perder o trem - que não espera-, nem o rumo, não levam, nem deixam nada na estação - que se torna transparente-, é só um ponto, nada mais. outras freqüentam a estação por um tempo pré-estipulado, observam, confessam que até ficariam ali, cujo brilho ainda é intenso, mas não, estão só de passagem - carregam consigo a lembraça da estação e seu esplendor (ainda que imaginário), sempre deixam algum vínculo, com um pretexto insconsciente de um dia retornar àquele cenário, que nunca seria igual. e a estação, afinal? apesar de ser a mesma, e de todos os dias parecerem infinitos segmentos, um difere do outro (assim falou heráclito), ao fim, abstrai o vazio que é nunca chegar nem partir, só estar. ponto de transição. talvez saiba que essa seja sua função, e pode até ser que no fundo busque isso mesmo, não foi construída para ser o sujeito, sempre a ilustração de algumas histórias. assim foi. amanheceu. quantas pessoas passarão, quantas farão diferença e quantos trens partirão até o pôr do sol?



quinta-feira, setembro 21, 2006

marketing pessoal

porque nem tudo na vida é lamúria, não é isso, dona beatriz? a frase faz alusão para quem souber do que se trata. haha.


fighting against me

...e mais um fato soma-se ao meu conceito de incapacidade, digo isso no sentido pessoal mesmo. um misto de monotonia misturado à curiosidade - prefiro morrer ciente do que existir na ignorância -, me levou a procurar mais vídeos de animais criados em larga escala para servir-me como alimento (?). não estou surpresa, somente desapontada, comigo mesma, por ser paradoxal em relação ao que eu penso e a forma que ajo. não fui capaz de não compactuar, sucumbi, sensação de fracasso iminente. sinto-me culpada por me emocionar ou me preocupar mais com os animais e seus direitos, do que com os direitos humanos. o que não significa a negligência total e absoluta ao fato. razão há, acredito na maldade como faculdade inerente so ser humano, que a realiza através do intelecto !* ponto crucial *! saber e ter consciência de si mesmo, enquanto ser. já os alvos passíveis da minha preocupação são tidos como irracionais - mesmo que em incontáveis episódios tenham demonstrado mais coerência do que muitos pensantes por ai afora. me rasga a alma saber que seres são criados como objeto, morrendo de forma atroz e sem saber o porquê de estarem ali, não podem pensar, mas tem o direito de sentir? o que fizeram pra merecer? o que fizemos para termos o "privilégio" de tolher vidas sem o menor respeito, para fins subjetivos? a evolução do ato chegará na antropofagia?
não sei explicar, talvez nem possa, não há perdão, fui incapaz de me controlar, os meios não facilitaram, mas os atenuantes não me eximem da culpa. sou um ser cuja carne é fraca, e não me orgulho disso.

PEA- animais para consumo

quarta-feira, setembro 20, 2006

passos cálidos


Ela estava perdida, imersa em uma floresta escura, sem saber qual direção seguir, pois olhando ao redor, todos os caminhos eram igualmente confusos. Chamava por ele, como se o grito erradicasse todo o medo que sentia ao encontrar-se ali, sozinha, sem rumo, e sem idéias. Ele não ia aparecer – e ela sabia –, nem ao menos sabia onde se encontrava, talvez não fizesse questão, ou ainda não achasse que nada incomum estaria acontecendo. Chorava, porque o choro é companheiro do desespero, mas sabia que chorando não se acha saídas, e a situação exigia uma. De repente até clamou para que um milagre acontecesse, colocou à prova a existência de um além-ser. Nada. Tudo no mesmo lugar. Acostumou-se então com a floresta, que tomou ares tão familiares quanto sua casa – uma que outrora teve. Desacreditou na benevolência, e na ausência de máscaras. Tudo pegava fogo, e o mais engraçado – se é que pode denominar assim – é que era fruto de suas lágrimas incandescentes. Culpada, agora. Brasas ao redor por um ato falho. Não soube se encontrar. Talvez não se importasse. Achava que não suportaria a realidade fora da floresta, sem controle, entregue às agruras, sem pormenores. E neste momento, depois de tudo, do medo, da angústia, da sensação de vazio, da falta de perspectivas, ele apareceu. Por um minuto a floresta desapareceu e virou um lindo jardim, claro e organizado. Esperou tudo, queria tudo. A vida encheu-se de luz e alegria. Por um minuto. Pois sabia que na realidade – aquela que arrasa ilusões – ele só podia dar-lhe uma lanterna. E a floresta continuaria a mesma.

terça-feira, setembro 19, 2006

giramundo

quantas vezes ultilizamos palavras infinitas, do tipo, nunca, sempre, odeio, amo. engraçado isso, esquecemos da temporalidade, a linha que é ora segmentada, ora fragmentada. subjulgamos o destino, dando vasão à toda irracionalidade inerente do ser humano. enganar-se é também parte de um aprendizado, erros dão tons cítricos à vida, assim penso. logo existo? ou logo insisto?
uma coisa que considero importante é reconhecer os passos falsos, retroceder - não involuir - tentar refazer ações e falas, em prol de um entendimento pacifico. hoje percebi isso, o tempo é indelével -fato-, mas algumas pessoas, por mais que as circunstâncias mudem, por mais que os sentimentos passem dos ponteiros do relógio e acabem dando um nó parando o mecanismo, por tudo o mais, alguns ainda mantem a essência, certifico-me de que não há tempo perdido, existem pessoas perdidas. encontrar-se é díficil. reencontrar-se é indescritível, ainda que em um contexto completamente antagônico. no final, os que compreenderam e os que não, unem-se e aplaudem, quase sempre de pé, porque afinal de contas, tudo é um espetáculo, com toques de realidade, mas sempre muito articulado.

segunda-feira, setembro 18, 2006

spotless mind

a mente é mesmo um labirinto indefinível, e "eternal sunshine" retrata exatamente isso, que exporadicamente gostaríamos de poder ser senhores e donos da nossa própria história, indo e vindo como nos fosse mais conveniente.
-Querer esquecer ou esquecer só por não ter coragem de conviver com a lembrança?
não é preciso dizer que, em ambos os casos torna-se impossível esquivar da realidade, se lembramos, é porque de fato foi importante, e se queremos esquecer, é porque de fato, incomoda. não suportar uma realidade é usual e paralelamente inquietante. querer esquecer é algo que não depende de nós, simplesmente acontece, como tudo. bem linear e cíclico. a vida é segmentada e gira em torno de memórias, agradáveis ou nem tanto. o grande lance é aprender a conviver com a nostalgia de um momento não esquecido, já que somos impassíveis de uma atitude deletéria. não se pode apagar algo que esta arraigado em todos os ligamentos cerebrais, digo cerebrais como um além-algo, que não abarca exatamente o órgão em sua condição física. e mesmo que isso fosse possível, algum dia, creio que não funcionaria, posto que não se esquece um conjunto de fatos que de uma certa forma, montou um contexto singular, não se desconstrói alguém, não se apaga uma história com um simples pulsar de teclas, não seria simples assim, nem justo. nossos passos somos nós quem traçamos, a cada dia, dando o tom que nos soar melhor, apagar seria negliegenciar possíveis erros, ou não nos permitir recordá-los, e tudo o mais que faz parte de um eterno aprendizado, que mantém o eterno brilho, proveniente de uma mente com lembranças.


sexta-feira, setembro 15, 2006

ontem comecei a assistir Nascidos em Bordéis, é um filme denso, e em meio a um diálogo de um garotinho que no máximo teria 10 anos, dizendo que, para alegrá-lo, a mãe sempre dizia que ele iria estudar em londres, e ele - nao qualidade de criança, mas não de ignorante perante à realidade - replicou às câmeras "mal temos dinheiro pra viver, quanto mais para estudar". e nesse momento eu ouvi gente rindo na sala. RINDO. dantesco isso, tenho vergonha, vergonha de um povo (porque aquela sala é somente o reflexo daqui de fora) que se acostumou a ver a desgraça alheia- acostumou porque é um fato distante, ou meramente ficcional, da realidade vivida. logo eu, que sou contra planos e realmente não os considero como parte crucial na minha vida, logo eu, chego a cogitar a hipótese de que está tudo predestinado - calculado nos mínimos detalhes por um além-ser-, desde o fatídico dia do nascimento, e que não há nada a ser feito, tudo foi previamente aceito e assinado, e as divergências grotescas estão lá também, escritas em letras pequenas, no rodapé do contrato.

"...whatever makes you happy, whatever you want... you're so... i wish i was... she's running out the door, she run run run..." (devidamente alterado)

>> vídeo do lodger (que eu particularmente admiro), talvez condiga com o que vi. com o que não deveria, mas de fato é. maktoob.

quinta-feira, setembro 14, 2006

o padedê hoje é em marte, vistam seus trajes mais exóticos, preparem-se para contemplação do insólito, no final o saldo será positivo. vamos, apressem-se, atrasos não serão tolerados. liguem pros pares no caminho. ou no caminho mesmo, descubram que as amarras são meramente subjetivas. ticket de ida e pra quem não gostar tem aquele empurrãozinho amigo propiciando a inécia providencial em meio ao buraco negro. convite em primeirissima mão, a fonte é fidedigna, e atende pela alcunha de binky, se o humor permitir. falando em humor... disponibilizo um viodeozinho e, arriscando um palpite, digo que é uma das poucas coisas que me fazem gargalhar sem a menor classe. enjoy it.

quarta-feira, setembro 13, 2006

big big bang shot shot

Às vezes sinto tanta saudade, saudade de um tempo que não vivi, que talvez nem exista, saudade de seres inventados, saudade de cheiros que eu nunca senti e lugares que nunca estive. Sinto como se realmente não fosse daqui. Ou que não pertencesse a esse lugar, a essa mesquinharia do cotidiano, a falta de polidez humana e poesia que abarca essa viagem à margem da terra. Poder não existir, não se entregar, não sentir falta. Me distancio porque não me sinto à vontade, como se fosse uma eterna visita, prestes a ir-se. A intimidade é corrosiva, e quando não nos resta mais nada, vem a solidão, como um golpe arbitrariamente rasteiro, arrebatador. Golpe final. Não sou capaz de descrever a alegria que não vivo, como se não fosse merecedora, talvez não seja, são outras leis que regem o fadado e temido destino, outros valores não tão metafísicos. Não posso contar com um ser abstrato. Loucura segmentada para passos artificialmente calculados. Não posso dizer, não iria entender. Não posso dizer, porque também não sou passível de explicação. Só sei que vida é saudade, e saudade é algo que eu carrego como fantasia distante, que com o tempo – senhor e dono de tudo – está fadada a desaparecer. Quer me seguir ainda que sem planos? Faremos nossa história a cada dia, reinventaremos as memórias, falta muito, nem alicerce temos. Vamos, segure minha mão, já conheço o caminho, tem algumas armadilhas, não sucumba. Pode desistir se quiser, não cairei, seguirei só, se assim o destino escolher, com aquela caixinha de sentimentos ora guardada, ora acessível, que eu tanto estimo e que mesmo sem saber, encontra-se em seu poder, enquanto durar, ou até descolorir.

terça-feira, setembro 12, 2006

romance à on the road



once upon a time in usa...


me lembro de já tê-los conhecido juntos, de fato nunca deve ter havido um passado que os separasse, eram utopicamente yin e yang – coisa que até então, eu admirava -, ela estava em vias de sair de casa e ele, bem ele... ele já estava na rua havia um tempo... acostumou-se com aquele ambiente e a tratava – ela, a rua -, como se de fato sua casa fosse, tamanha a familiaridade. Tinham um “quê” de Dolls, o filme, mas não pensavam na mendicância como forma de sobrevivência. Ela não tinha problemas em dizer que seria stripper em alguma boate de estrada sem glamour – caso precisasse-, e assim resolveria momentaneamente a questão financeira, estava decidida. Ele nunca se opôs a nada, sentia como se ele a tivesse num patamar sobrehumano, mesmo sendo de um vazio dantesco, ou um universo à parte, o qual não me cabia compreender. Era tudo tão simples e sincero, que até eu – desprovida de sentimentos e sensações tidas como clichês – entrei nessa viagem, não de fato, mas cheguei a divagar várias vezes... dois amantes, numa viagem lúdica ao redor dos eua, sem metas, na bagagem somente esperança e amor. E estariam completos. Talvez fossem, nunca saberei dizer, pois impressões são falhas, de repente até eram perfeitos, ao seu modo anacrônico e empírico. Carregavam o estigma de que a vida é só essa e dela não sairemos vivos. Ao mesmo tempo que é muito poético, torna-se trágico. Com conseqüências. Perdemos o contato quando voltei pra casa. Lembro que exalavam uma atmosfera mágica juntos, posso afirmar com um tom de certeza mais incisivo.

De certo não leram on the road, não eram muito de leituras, se bem me recordo. Pois deviam, ao meu ver, todos sabemos que esse tipo de romance é tão fulgás quanto uma viagem de férias, uma viagem que pode até durar alguns anos, mas há aquela certeza inerente de que uma hora, devemos retornar à um posto fixo, que eu intitulo de casa – mas não precisa ser tão cartesiano quanto a etimologia da palavra, enfim...

Presumo que tenham esquecido, ou pretendido não lembrar que, no final todas aquelas cores descolorem, juntamente com o amor eterno e a esperança incansável. Carpe diem é grandioso, mas em teoria. Precisamos de alicerces, todos. Ou corremos o risco de terminarmos como jack, o kerouac, escrevendo histórias cheias de emoção e rebeldia - de um momento em que a sanidade era tida como frívola e que sentir-se livre era condição de existência-, talvez como escape para um fim de vida que ele, como todo o resto, não havia previsto.

segunda-feira, setembro 11, 2006

dor de estômago que me persegue, há dias, semanas, anos. gastrite nervosa, neurótica, congênita. não sei se dói porque de fato dói, ou se dói porque outras coisas machucam junto. a liberade dada sufoca, clausura também. me teletransporto para um lugar onde não haja sentimentos, sensações, algo etéreo e inóspito. paz. nem que seja por um instante, jogar-me ao vento sem importar qual direção seguir... por um instante. caminho. chego. saio. círculo vicioso da vida. aquela tal, que eu questiono todo dia. atitudes. reações. círculo vicioso social. li sobre hipocrisia e suas vertentes, com direito a início no teatro grego e tudo mais, sabia? o nome foi atribuído às máscaras que os artistas usavam para atuar, pressuponho que esqueceram de tirá-las até hoje. lembrou-me veneza, talvez pela questão da máscara, talvez pela algazarra com aquele odor pútrido, talvez pela hipocrisia latente... digo então, que não há nada a ser lembrado. dor oriunda do ócio. círculo vicioso de seres negligentes.

quarta-feira, setembro 06, 2006

vanilla sky

sob o céu de monet,
assistia ao filme ontem, não é o melhor filme que eu já vi, mas incomoda, incomoda a fusão do onírico com a realidade, nunca se sabe em qual se está imerso. aqui ou lá? ou em nenhum lugar?
um amor maior do mundo, um sentimento que promove a teoria do caos interno. sempre ele. sempre caos. nem sempre interno.
não consigo ser crédula de que esta realidade é a verdadeira, no fundo todos somos bem livres, tal qual em sonho. o que dificulta a atuação é que ser livre torna-se deveras trabalhoso, abarca todas as coisas com as quais talvez lúcido, não se possa lidar. opta-se por não ser real, então. e a essência está perdida. a inocência também. e a beleza da vida, o prazer de um pôr-so-sol, ou um simples cantar dos pássaros numa manhã nublada, perdeu o sentido e procede a simples existência, em prol da sublime. onde foi parar? eu vislumbro que estão todas num perto, que nem com lupa deixa de ser distante, há sempre um interlúdio no ar, sabe-se o teórico, o núcleo falta. e as entrelinhas estão todas guardadas lá, com aquela chave de ouro que só se encontra atrás do arco-íris, mais especificamente, sob o céu de monet.


vanilla sky

terça-feira, setembro 05, 2006

os tons do motel

motel, aquele lugar que todo mundo sabe à que vai, previamente programado, incluindo timeset e tudo mais... o grande lance é fazer daquele roteiro um episódio incomum, depois de tudo, obviamente. não sei se alguém já teve a criatividade de prestar atenção nos sons oriundos dos quartos adjacentes, algumas vezes não tão adjacentes assim... minha nossa... o povo dessa cidade é espantoso, e olhe que não sou conservadora de direita. incrível como os seres "fake plastic normals" se soltam naquela hora tida como crítica, se libertam, perdem a noção do contexto e acabam virando uma paródia para os possíveis ouvintes. e a coisa é tão louca que vai de latidos à gemidos imitando uma sirene (aquela, da ambulância), passando por tapas tão fortes que eu sinceramente pensei, pronto, essa passou pro padedê de lá, não resta dúvida. é uma diversão que pago pra ter, e na qualidade de minimalista que sou, digo com certeza que, neste caso - assim como em tantos outros-, menos é mais. e mais, isso é somente uma das provas de que não se conhece ninguém na íntegra, digo de cátedra mesmo, por ser uma observadora nata, e isso, caros colegas, é um raro prazer.

tantra é hype.

segunda-feira, setembro 04, 2006

“...Uma porta fechada, qualquer coisa me espreita, atrás. Ela não se abrirá se eu não me mexer. Não mexer. Jamais. Parar o tempo e a vida. Mas eu sei que mexerei. A porta se abrirá lentamente e eu verei o que tem detrás. É o futuro. A porta do futuro vai se abrir. Lentamente. Implacavelmente. Estou no limiar. Só existe esta porta e o que espreita atrás dela. Tenho medo. E não posso chamar ninguém por socorro.
Tenho medo.”

(simone de beauvoir)

sábado, setembro 02, 2006

... e a vida segue, somos estranhos colidindo no mesmo contexto. indago, mas não anseio por nenhuma posição. é mais simples ser assim, não esperar nada. mas isso não invalida o fato de me decepcionar de quando em vez. eu não fui convidada. será que valeria a pena me enervar? realmente não sei. nada paga um aborrecimento.



l'ultimo bacio - porque quem ri por último, ri melhor.

sexta-feira, setembro 01, 2006


8:30 da manhã, o dia está só começando, escaldante. um inferno tropical. repleto de animais tropicais.

uma singela opinião sobre o trato que deviam ter os assassinos cruéis na nossa sociedade. matou por motivo torpe+de forma cruel+sem chance de defesa= morte. nada de ficar sustentando esses tipos na cadeia, deviam ser fuzilados em rede nacional, de preferência no horário "nobre", que é pra dar aquele "plus" de sensacionalismo à mídia, que tanto o preza. aconteceria mais meia dúzia de vezes, e depois cessaria. e é tudo muito simples, todos, até os menos providos de sentimento vulgo humano, tem medo da morte, principalmente quando ela passa a ser conseqüência do próprio ato. e pronto, manda essa tralha toda pro batuque de lá, porque aqui já tem estorvo em demasia.

minha nossa. hoje estou a tirania em pessoa. me assusto. não mais que 5 segundos.