quarta-feira, fevereiro 14, 2007

greatest feeling.

15:15. Acabei de ouvir um ‘até já’, do rapaz dos correios, engraçado que parei pra pensar no que significa esta sentença, quando nem eu mesma sei se estarei aqui até as 18:00, quiçá um outro dia. E assim venho vivendo, numa seqüência de ‘nunca se sabe’, como se me despedisse todos os dias, tendo que me desculpar por algo que não fiz e dizendo que amo loucamente com medo de não haver uma outra oportunidade. Não gosto de deixar as coisas mal explicadas, não gosto de meio termo, não gosto de quase ignorância. Não gosto de pensar que não me empenhei em algo, que não cheguei nem perto da perfeição, que minha estadia aqui foi em tom pastel. Mas isso é só o que eu penso, no sentido mais introspectivo da palavra. Por tudo que sou, ou que fui, ainda que não tenha me orgulhado, ainda assim, agradeço, a tudo que passou por mim, e a tudo que fez ou faz questão de permanecer ao meu lado. Sei que estou sendo nefasta, mas é que de repente me bateu um medo da morte.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

choices

o inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. existem duas maneiras de não sofrer. a primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. a segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.

ítalo calvino.

domingo, fevereiro 04, 2007

circus tricks

o que está acontecendo? preciso ir embora, preciso arrumar minhas coisas e ir embora, de preferência pra um lugar onde possa recomeçar tudo com todos, onde o novo imperará maravilhosamente bem e até a alvorada será inesquecível.
tire-me daqui, apelo pra mim mesma, como faço quando falo de uma flavia em terceira pessoa. nem todo amor do mundo seria capaz de mudar-me, aliás, não sei pra que serviria o maior amor do mundo.
saiam todos e me deixem só, naquele grande sossego de mim mesma, não existe alguém pra me libertar, não suponho nada, não guardo nem levo, não faço questão. questão de esperar um dia após o outro como se o tempo fosse pleno responsável pela mudança do todo, quando nós - human beings - não somos tão flexíveis assim, e condecorados com uma crueldade inevitavelmente assustadora.
apago a luz e transcendo daqui, como se não houvesse nada além, nada além de meus três companheiros: alterego, superego e id. ainda assim, não está bom.