quinta-feira, janeiro 11, 2007

tudo pode ser, nada vai acontecer

Será que o fato de não acreditar, já é acreditar em algo que não se quer acreditar? Assim como afirmar que não existe uma verdade absoluta, quando o fato de afirmar já é uma vertente da verdade? Incerteza. Não acredito em bruxas, nem em benevolência gratuita, não acredito no amor também – ainda mais se vier combinado com palavras que me remetem ao infinito tipo incondicional ou eterno -, não acredito na lógica, não acredito na mágoa, nem na beleza forçada que aspira o sublime, não acredito na arte descompromissada, não acredito em filmes, nem nos livros eu acredito, também não acredito na sociedade eternamente passiva em seu sistema furtivo, não acredito na fauna e seu instinto ‘nascosto’, não acredito na plenitude da alma, nem na existência de além-seres – somos tudo em que podemos acreditar dentro do nosso próprio universo, randômico, linear, segmentado, que seja -, não acredito em milagre, nem no milagre da vida, nem na grandiosidade do caos, não acredito no futuro e questiono o passado, não acredito em nada não, e ainda duvido da fé.

*nascosto: algo que está escondido dentro do ser, uma vontade latente do inconsciente que por algum motivo é podada quando chega às margens da consciência, podendo ser liberada instintivamente ou por um lapso, ou por uma atitude irracional em momento crítico.

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