quinta-feira, agosto 31, 2006


... nada mais dantesco do que a época das touradas na Espanha. Me lembra a política do pão e circo. Nada nem ninguém tem o poder de manipular ser algum em prol do seu bel-prazer, salvo sob o consentimento do ser lúcido em voga.

FATO: Ontem estava atravessando o semáforo na frente do pátio brasil, e tinha um cachorro de rua, ele era bege, muito magrinho, atordoado, se jogando por entre os carros, sem saber pra que lado fosse, olhei ao redor e era como se ele não estivesse ali, ninguém reparava em seu desespero. de súbito, me deu uma sensação de vazio, queria poder levá-lo comigo, tirá-lo daquela vida que ele não pediu pra ter, pensei nas humilhações que deve sofrer, e que deve apanhar de quando em vez. terá ele consciência de sua tão atroz existência? ajudei-o a atravessar a rua, mesmo estando atrasada, e mesmo não tendo prática nisso. episódios como esse me fazem refletir todos os dias, cada singular e insólito dia, que, ninguém está disposto a ajudar, a sensação que tenho é de que cada pessoa carrega um mini-mundo dentro de si, e gasta uma vida inteira só para satisfazê-lo, e que esse tempo ainda não é o bastante. tenho medo do futuro, tenho consciência de que tudo é cíclico, nada disso passará impunemente. tenho consciência e tenho medo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Flávinha!!
Mesmo sem seu convite estou te escrevendo!!
Passando para deixar um beijo bem grande!!
Leilokaaaaa...