quinta-feira, outubro 19, 2006

they got nothing to prove, me neither


2: Cadê você?

1: Tô aqui.

2: Por que não responde?

1: Respondi, oras.

2: Não, digo antes.

1: Por que você só chamou agora.

2: Meu deus, preciso chamar?

1: Ah não... denovo não...

2: Como assim, te irrito?

1: Às vezes sim, profundamente.

2: Então vá embora.

1: Não quero, estou bem aqui.

2: Mas eu não estou bem com você aqui.

1: Ai ai, quer uma cerveja?

2: Quero.

2: Mas hein, por que você não respondeu de imediato? Não sou importante?

1: Tava vendo umas coisas e realmente não ouvi.

2: Sou invisível e inaudível agora, perfeito.

1: Outra cerveja?

2: Por favor... aproveite e me empreste o isqueiro também.

1: Isso me diverte.

2: Isso o que?

1: Isso.

1: Como tudo parece menor quando estamos relaxados, entendo o porque de um bom banho retirar 85% do peso de um problema.

2: Problema, tá com problema e não conta porque acha q eu não seria capaz de ajudar?

1: Mais uma cerveja?

2: Ta, mas me diz! Não sou capaz?

1: Você é super capaz. Mas não achei necessário. Realmente.

2: Então está certo, vamos embora.

1: Vamos, mas antes deixe-me pronunciar...

2: Realmente não acho necessário.

1: Por favor...

2: Diga lá.

1: Qual caminho eu pego pra chegarmos mais rápido?

...

Rumo à casa, o silêncio. Sabe, às vezes é a melhor solução. Cigarros. Ela se sentia pormenorizada e ele não entendia o por quê. As pessoas na verdade nunca entendem o porque de nada, supõem errado e perdem coisas. Ou acham. Eles acharam nessa “perdição” toda um ao outro, não conseguiam enxergar-se pela metade, nem em outro formato. Ao chegar em casa se abraçaram mas não juraram amor eterno, estava perfeito assim. Amanheceu.

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